Eu nem quis acreditar quando abri o mail há pouco, e vi este presente!
A mais linda surpresa que eu podia receber, para celebrar as 700 visitas!
Obrigada querida amiga, só tu!
Fome de corno!
por Rosa Mateus
Olá, chamo-me
Fernando, tenho 39 anos e, sei-o visceralmente, sou cornudo!
A Dulce, minha mulher há
dez anos, tenho a certeza de que me anda a trair. Nunca vi nada de concreto,
mas um homem sente certas coisas, e um valente par de cornos – acreditem – sente-se
de sobremaneira.
São certos detalhes,
olhares, atitudes que me deixam sempre alerta, para quê não sei, mas deixam-me
permanentemente atento a ver se descubro. O que farei com essa descoberta não
sei. Eu amo a Dulce e simplesmente não consigo imaginar a minha vida sem ela, e
sei que ela me ama também.
Como posso ter isso
como certo, se ela tem outro?
Como eu disse, há
coisas que um homem sente!
Às vezes dou por mim a
pensar nela, no que andará a fazer e, Meu Deus, as coisas que me passam pela
cabeça. Visões dela com outro homem, num quarto dum hotel, no banco de trás dum
carro num descampado qualquer, sobre um capot no meio dum pinhal são apenas
alguns exemplos.
O, mais do que
possível, provável homem com quem ela partilha o que, frente a duzentos e
quarenta e cinco convidados, um padre e a Deus, ela se comprometeu a manter meu
e só meu – o seu foder – é o que foi o seu primeiro e que ela faz questão de
manter sempre como alguém muito especial. A forma como ela o faz, chega a ser
retorcida e calculadamente como uma autêntica cabra!
Nós conhecemo-nos
quando ela deu aulas aqui no Entroncamento. Chegara ao limite de suportar a
relação com esse tal S, que se resumia a uma constante montanha-russa de
permanente alternância amor-ódio, desde que tinham começado a namorar ainda na
escola andava ela no 10º ano e o apanhou quando ele repetiu a cadeira de
Matemática na turma dela.
Segundo ela me contou
na altura, o que a atraia mais nele era o que mais raiva lhe dava. Ele era
extremamente possessivo, não a podia sequer ver a conversar com ninguém, mas
quando ficavam sozinhos ela percebia que toda aquela possessão se devia a uma
única razão: ele amava-a mais do que à própria vida, e mostrava-lho através da
forma como fazia amor com ela. Por mais distante que ela se tente – tentasse,
que já há muito deve ter percebido que não consegue – mostrar já longe do que
isso mexia com ela, eu sempre percebi que “aquele lugar muito especial” era um
lugar onde ela, mentalmente voltava mesmo que não quisesse, mesmo que o quisesse
duma vez por todas tirar da cabeça e da pele, mesmo que desejasse num tudo por
tudo que a nossa relação resultasse.
Aprendi a viver com
isso, afinal cada pessoa é como é devido a tudo o que viveu, certo?
Mas uma coisa contudo
eu sempre soube: de tempos a tempos, eles falavam. Ia-o sabendo porque ela me
dizia que ele lhe tinha ligado, para saber como ela estava, falavam dos miúdos
dele, ele dizia-lhe o tremendo incómodo que ela representava para a mulher
dele, que se sonhasse sequer que eles falavam que seria a queda do Carmo e da
Trindade. Segundo ela, isso era a desculpa para ser sempre ele que a ligar;
como se, por um lado isso interessasse realmente para alguma coisa, ou se, se
realmente assim fosse, não houvesse uma periodicidade muito mais frequente do
que a semestral como ela me contava que acontecia.
Com o tempo, passei a
lidar com as voltas ao estômago que sentia ao princípio, passando-as um pouco
mais para baixo: para o meu baixo ventre!
Fui sentindo o
processo, e de cada vez que sem o conseguir evitar, pensava na eventualidade de
algo se poder passar, mesmo que não passasse duma profundidade maior de
sentimentos residuais que eles ainda nutrissem um pelo outro, sentia-me menos
revoltado, e mais excitado.
Processo este que foi
demorado, que esta coisa dos cornos não é coisa que nasça assim de qualquer
maneira, levou uns quatro ou cinco anos a acostumar-me à ideia de os poder ter,
e depois mais uns dois ou três a acostumar-me ao seu peso.
Quando já os suportava
confortavelmente, comecei a desfrutar deles. Começava no próprio dia em que ela
me dizia que tal dia teria uma reunião na escola, e que seria uma chatice, pois
teria que lá ficar até tardíssimo, coisas desse género.
A comichão nas minhas
frontes estendia-se ao interior da minha cabeça que rapidamente fazia umas
contas de cabeça e calculava daquelas horas todas que ela falava – geralmente
essas reuniões eram sempre ao fim do dia em que não tinha aulas da parte da
tarde – dava perfeitamente para ir até uma das cidades vizinhas, fazer o tivesse
a fazer durante uns bons pares de horas – e regressar ao Entroncamento com a
barriga cheia de saudades mortas do ex-namorado.
O efeito, foi-se
começando a notar nessas noites anteriores, em que eu, inconscientemente,
tentava pelo menos igualar ou aproximar-me do que eventualmente ela viesse a
sentir no dia seguinte; e prolongava-se na noite seguinte quando a imaginava de
regresso do tal hipotético parenteses da vida real que eu imaginava que ela ia
abrindo e fechando, contendo lá dentro aqueles momentos só dela e do seu
primeiro homem.
Talvez pelo peso dos
adornos, tudo aquilo acabava por fazer sentido: afinal, ela agora era minha
porque queria, porque o tinha deixado, e era a mulher que era porque assim ele
a tinha feito; a distorção da realidade ia ao ponto de eu ainda, no fundo, me
sentir profundamente agradecido cá no meu íntimo ao excelente trabalho que ele
fizera.
Em suma, aprendi a
lidar com a situação como quem compra um carro novo e sabe que uma tarde ou
duas por ano ele tem que voltar à origem para verificar se está tudo como deve
ser, se está a ser devidamente tratado e estimado.
Felizmente, sempre
resisti a cair no erro tão comum de tantos homens por esse mundo fora,
convencidos de que é com a força e brutidade que mostram a sua força. Nunca me
pus a aprofundar as minhas suspeitas, nem sequer a controlá-la minimamente; por
um lado porque sabia que se o fizesse, fodia tudo entre nós – afinal tinha sido
isso que a afastara do gajo – pois se havia coisa contra que ela estava
vacinada era a ciúme doentio; por outro porque, objetivamente, nunca vira a
menos razão para não confiar nela, nem mesmo quando ela regressava das tais
reuniões/supostas-tardes-loucas-de-mulher-casada que eu imaginava; e por último
porque tinha um sério receio de que tudo afinal não passasse de um enorme e
indescritível: Nada!
Um nada se passar,
desmoronaria todo aquele castelo que já não era só castelo, mas um castelo,
cidadela, muralhas, pontes, rios, igrejas, pastores, reis e ovelhas, que já
mais parecia um presépio com um castelo de cartas, que eu construíra na minha
fantasia.
Aos poucos, fui
revelando a minha abertura de mente, comprei uns dildos em sex-shops online, e
fazia-os aparecer convenientemente no meio da cama quando e sentia já
totalmente incendiada.
Da primeira vez, foi
um pateticamente pequeno. Tinha vibração, e eu, caindo naquela velha esparrela
de que o tamanho não importa, achei que seria o indicado para não a assustar;
assustá-la!, como se alguma mulher se assuste com um valente e apresentável
instrumento desde que seja usado convenientemente.
A sua disfarçada
desilusão fez-me logo no dia seguinte voltar ao site e encomendei logo, pelo
sim e pelo não mais três: um médio, mais ou menos no meu tamanho; um maiorzito,
do tamanho que eu não me importaria de ter, e um XXL, o derradeiro tira-teimas
que, se ela o suportasse, acabaria de vez com a sua insistente necessidade de
me tentar convencer de que se eu fosse um pouco maior não seria bem melhor.
Enfim, coisas de gajas, adiante!
Passei a,
ciclicamente, porque nem sempre a sentia para aí virada - e verdade seja dita
nem eu – ir incluindo aquela brincadeira nas nossas sessões de sexo, que nunca
tendo sido insonsas, foram cada vez ficando mais e mais animadas. Mas de há uns
tempos para cá, e principalmente desde que ela ficou desempregada, o clima
tinha ficado um pouco para o não presta; tanto que a mala onde guardamos os
ditos “jogadores suplentes”, a última vez que fora desarrumada, tinha sido por
altura da passagem de ano.
Fora, porque foi-o a
semana passada!
Eu cheguei um pouco
mais cedo a casa do que costumo. Entrei como entro sempre, fechei a porta e
como não a senti em casa, fui direito à cozinha e servi-me dum copo de água.
Estava a bebê-la e pareceu-me ouvir alguma coisa, quando tirei o copo da boca,
e ia para a chamar, ouvi-a clara e distintamente a gemer como só o faz quando
se vem: começa num gemido longo que vai subindo e subindo de tom até terminar
com o que parece uivo de loba em noite de lua!
Gelei da cabeça aos pés!
Aquela valente puta estava na cama, a ser magistralmente fodida; restava saber
por quem… E se ela berrava!
Pé ante pé, fui até ao
quarto. A porta encostada deixava uma conveniente frincha por onde consegui
vê-la: deitada de costas na cama, de olhos fechados, com o tal tira-teimas
gulosamente enterrado até ao par de colhões a fingir que lhe serve de base.
Estava possuída! Acabara de se vir e já retomava a lavoira daquela sua racha
que agora mais devia parecer um algar, com uma fúria como eu nunca me atrevera
a escarafunchá-la quando era eu a usar um dildo nela – mesmo quando era o outro,
dois tamanhos abaixo. Num ou dois minutos no máximo, veio-se novamente.
Nem ela própria se
deve ter dado conta, mas no meio da palavras desanexas, dizia o meu nome, se eu
gostava, se era assim, ou assim que eu gostava de a ver a ser fodida; ela estava a fantasiar que o dildo era um outro homem e que eu estava a assistir!
A minha primeira
vontade foi a de irromper quarto adentro e fazê-la engolir aquelas palavras; não
sei bem o que queria conseguir com isso, agora à distância talvez fosse algum poder
sobre ela, e é isso que me faz reconhecer quão estúpido, agora; o poder que eu
queria ganhar seria para que ela fosse ainda mais minha, quando em concreto ela
nunca, nunca me dera a mínima ideia do contrário, e tudo aquilo não passava das
minhas tretas de marido encornado.
Mas o que é que eu
para aqui estou a dizer? Que ela mantinha a sua ligação ao ex-namorado era
incontestável, e eu só não sabia mais porque não calhava! E nada, por mais que
nunca a tivesse apanhado a mentir, também nada me garantia que não fosse pela
sua inteligência.
Resolvi ir por outro
lado: deixei-a sossegar e voltei para ao pé da porta da entrada. Se ela por
acaso se levantasse, fingiria ter acabado de chegar e estaria de pé a ver um
qualquer folheto que tivesse na caixa do correio. Não precisei de fingir nada, ao
fim duns minutos, como nada se ouvia do quarto, estranhei, esperei ainda mais
um pouco e lá voltei outra vez à porta do quarto. Aquela maluca, de tanto se
ter vindo, deixara-se adormecer. O ar de saciação na cara dela dizia tudo, não
podia estar mais satisfeita, e eu, com o olhos pegados naquele barrote que
agora jazia inanimado entre as suas pernas, ainda a brilhar do seu muco
vaginal, só conseguia imaginar o estado em que ela teria aquela vagina; devia
estar tão aberta que eu dentro dela pareceria o badalo a abanar no meio dum
sino.
Deixei-a dormitar mais
uns minutos, voltei a abrir a porta da rua, bati-a como se viesse a chegar e
chamei-a como faço normalmente.
Dei-lhe mais uns
momentos para lhe dar tempo de fazer o que tivesse planeado, e foi sem surpresa
que a vi retirar disfarçadamente a mão de debaixo da almofada, onde seguramente
devia ter escondido o seu companheiro de aventuras solitárias. Disfarcei não reparar
no canto da mala das maravilhas que eu não podia evitar de ver, embora
estivesse do outro lado da cama, e mostrei-me naturalmente preocupado com o
facto de ela estar deitada àquela hora.
Respondeu-me que
tivera uma dorzita de cabeça, mas que entretanto já passara. Ficou convencida
de que eu acreditara e fomos preparar o jantar.
Como amor com amor se
paga, se ela me mentira em tinha todo o direito em fazer-lho também; durante o
jantar fiz-me de cansado e com uma vontade daquelas de cair na cama e descansar
o esqueleto. Sempre queria ver o que é que ela fazia.
Assim que nos deitámos
voltei a referir que estava realmente moído; foi a prova de fogo, e ela passou
com distinção quando me ronronou:
“Amorzinho, eu
quero-te!”
“Mas o que te deu
hoje?”
“Nada. Estou excitada,
deve ser por causa do texto que estou a analisar… toca-me e sente como eu
estou!”
Ok! Fazia sentido;
quando a senti alagada nos seus fluídos espessos e viscosos, da sua tarde de
suruba solitária, fiquei doido. Quis ver mais de perto o que senti com os
dedos. Desci por dentro da cama, e ela – sabendo aonde ao que ia, facilitou:
abriu bem as pernas escancarando-se toda. Quando aproximei a língua da sua boca
de baixo, acomodei-me como que a assegurasse não tencionar ir a lado nenhum nos
próximos tempos.
O seu cheiro a cio foi
intoxicante; era um cheiro intenso e refinado que por si só me entesava todo.
Não fazia ideia do que é que ela lá quisesse dizer com a história do texto, mas
alguém escrevera algo capaz de deixar uma mulher assim tão excitada, a ponto de
se entregar ao prazer como só um homem normalmente faz, macacos me mordessem se
eu não queria também ver.
“Dulce?!”
“Sim amor?”
“Que se passa contigo?
Que andaste a fazer esta tarde?”
“Porque perguntas?”
“Porque estás toda
alargada e vermelha… como se tivesses passado a tarde inteira a foder…”
“É mesmo amorzinho? E se
tivesse? Se eu te dissesse que sim, que estive a tarde toda a transar, ficarias
zangado?”
O ar desafiante dela
deixou-me com receio de ter ido longe demais. Senti-a retraída; deve ter ficado assustada com o
facto de eu poder desconfiar do que quer que ela tivesse estada a fazer durante
a tarde. Parei e fiquei a olhar para ela
com ar inquisidor, como se tentasse perceber o que raio se estava ali a passar.
Puxou-me a si, e não consegui disfarçar o tesão que me devia incendiar o olhar;
tentei evitar que me sentisse a rigidez que me denunciaria, mas acho que ele mo
sentiu não obstante.
Isso deve-a ter sossegado um
pouco e envolveu-me entre as coxas, ajeitando-se debaixo de mim, agora bem mais
confiante do que segundos antes. Então, com um decidido e certeiro impulso,
empalou-se completamente no meu pau, fazendo-me enterrar por ela dentro até aos
tomates ficarem espalmados conte o seu rabo.
Nunca a sentira assim, a sua
cona parecia uma taça de papa mole e quente, estava completamente lasseada; e
fiquei doido. Fodi-a com raiva. Tudo o que eu tinha em mim de macho, apliquei-o
naquela foda que a fez alucinar de prazer.
Nem quando me sentia mais
enraivado com o saco de boxe onde regularmente dava uns socos para me livrar da
tensão do dia a dia, o fazia com mais raiva, eu queria desmanchá-la ao meio
à conta daquela foda.
Acho que queria acima de tudo
arrancar-lhe aquele ar de luxúria e de volúpia estampado na sua cara, tal
era o prazer que ela estava a sentir – foi aí, mais uma vez, que senti falta
duma arma de maior calibre, mas aquela teria que fazer o serviço – só teria que
disparar umas quantas vezes mais, e usar de outros artifícios; os que só quem
tem um coiso dum tamanho normal percebe: ferrei-lhe os dentes no pescoço!
Tanto deve ter resultado que
a fiz vir-se com um grito que aposto que se deve ter ouvido até ao outro lado
do Entroncamento.
Deixei-a recuperar uns
segundos para voltar a ganhar fôlego, e ela perguntou-me:
“Ai amor, assim matas-me de
prazer. Todo esse tesão é porquê? É por aquilo que te disse? É pela ideia de
que eu possa ter estado com outro? Outro homem que passou a tarde a comer-me? À
tua mulherzinha? É?”
Se não tinha respondido, aí
é que não podia ter respondido mesmo; com uma última estocada que me levou mais
dentro dela do que nunca fora antes, enterrei-me todo e parei: vim-me num, e
noutro, e noutro, e noutro e ainda num outro espasmo naquela que foi de longe a
mais violenta esporradela de que tinha memória desde que me iniciara na
maravilhosa arte da auto infligida glória solitária e na posterior atividade
sexual acompanhada. É exagero, mas senti os tomates a esvaziarem-se de tal
maneira que imaginei que encheria uma garrafa de 33 cl até ao gargalo!
Quando acalmei, tentei sair,
mas ela não deixou. Sussurrou-me ao ouvido:
“Eu amo-te. Nunca estaria
com outro homem, e tu sabe-lo bem.”
“Eu também te amo…”
“Meu Deus! Tu ficaste louco,
foi por aquilo que eu te disse?”
“N..não, não sei… talvez.
Foi forte! Imaginar outro homem contigo foi como um ferro em brasa na minha
cabeça.”
“Mas deixou-te assim como te
deixou…”
“Onde foste buscar essa
ideia?”
“É do texto que eu estou a
trabalhar. Lê-lo deixou-me assim.”
Contou-me a história, e
perguntei-lhe se estava assim tão alargada só da excitação e a aflição fê-la
engasgar um pouco; senti-lho uma rendição no olhar.
“Não. Eu estava tão excitada
que me masturbei; mas ainda foi pior. Eu precisava, precisava demais de me
sentir bem comida, e fui buscar a nossa mala. Eu não estava em mim, de tão
excitada que aquela história me deixou.”
“A mala? Mas tu nunca
achaste grande graça aos brinquedos…”
“Nunca. E nunca pensei vir a
fazê-lo. Mas como a R diz no seu livro, nunca se deve dizer nunca…”
“E como foi? Qual usaste?”
“O grande… aquele que me
deixava desconfortável, mas que hoje, como eu estava foi o melhor que tu podias
ter comprado para mim.”
Afinal, não fora nada
daquilo que eu ainda esperara, mas mesmo assim, deixou-me novamente a pontos de
partir pedra à paulada!
Ia para a montar novamente,
mas ela fez-me parar.
“Dá-me prazer com a tua língua.”
Não foi nem um pedido, nem uma ordem; foi uma imposição suplicada!
Nunca gostara muito de o
fazer após me ter vindo, não era nem pelo sabor nem pelo que representava, simplesmente
não lhe via grande sentido daquela forma: via-o sim como um preliminar. Mas da
forma como ela me fez sentir que queria, e eu não podia arriscar abrir um
antecedente que lhe desse a justificação duma próxima vez que eu lhe pedisse
que me acarinhasse com a sua língua as minhas partes furibundas.
Atirei-me à empreitada
apostado em proporcionar-lhe o minete da vida dela!
Ela estava cheia até às
bordas, e o simples toque da minha língua fê-la piscar tão fortemente que até
espichou um pouco de esporra para a minha cara. Imaginei que ela assim
estivesse por fantasiar alguma coisa mais extrema; por exemplo – e isso fazia
tudo ganhar uma outra dimensão e sentido – que toda aquela esporra fosse
proviesse daquele caralhão descomunal em que ela se acabara durante toda a
tarde!
Voltou-me a atacar em força
a minha velhinha fantasia-temor; como se aquele brinquedo de gente grande não
fosse nada mais nada menos do que um urgente e único remédio face à sua
implacável vontade de matar saudades do outro!
Engoli em seco mentalmente
imaginando o outro do tamanho do brinquedo; excitado como estava, nem sequer me
preocupei com a triste figura que eu andara a fazer durante todos aqueles anos
que passáramos a foder- aliás, o que me veio à ideia foi precisamente o
contrário: esperei que sim! Que já que era para ser, que fosse em bom.
Resisti, sei lá como, para não
lhe levantar a lebre e deixá-la de pulga atrás da orelha, a pedir-lhe o seu
acompanhante da tarde, e deleitei-a com a mais esmerada amostra de paraíso
lingual.
Dei por mim a gostar
realmente daquilo, e deixei-me afundar ainda mais; já não era a minha esporra
que eu sorvia e aproveitava para a encharcar ainda mais enquanto chafurdava que
nem um alarve naquele rio de prazer que escorria da sua intimidade. Levei-a
àquele ponto em que uma mulher se vem sem parar umas vezes atrás das outras,
até que não consegui segurar-me mais: tinha que me sentir novamente naquele
barroco de fogo intenso, e subi por ela acima que me recebeu ainda meio grogue
A sua fome assegurou-me de
que aquilo era uma fantasia sua também. Não mo disse, mas também não precisou.
Eu conhecia-o bem demais para saber que aquele caminho nos levaria por viagens
intermináveis de prazer e tesão.
Tinha a minha boca, e toda a
cara chias de nós, e ela quis também provar do nosso prazer. Acabámos por nos devorar
um ao outro enquanto, estocada atrás de estocada, sentindo a consistente
construção do mais vertiginoso orgasmo conjunto, nos fomos preparando para o
grande momento.
Dizer que foi mágico, além
de meio amaricado, fica aquém do que foi, mas vocês percebem-me.
Quando final e inevitavelmente
caímos completamente estafados, ficámos a olhar um para o outro; a ver o quanto
aquilo nos tinha aproximado – ainda mais do que sempre fomos!
Adormeci a magicar numa
forma de, pelo menos incentivar a levarmos mais longe aquela nossa fantasia;
mais no sentido de, pelo menos a fazer assumir-me que gostaria da ideia de que
outro homem a fodesse à minha frente, afinal eu comecei por assumir que sou
cornudo, ou não? E um cornudo não fica cornudo quando a mulher lhe põe os
cornos; já nasce cornudo!
Depois, é uma questão de ter
a sorte de encontrar a mulher certa para fazer o resto! Só tinha era que fazer
as coisas de maneira a deixá-la pensar que ela é que ia comandando!
Fim
Um miminho para enfeitares o teu blog maravilhoso, com
um grande beijinho!
Rosa Mateus, 5 de junho de
2014
voltarei
ResponderEliminarum sussurro
Depois de ler os outros... não estava mesmo nada à espera deste! Lindo, lindo...
ResponderEliminarNão estou a conseguir resistir...
Cris